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E mal chegamos a novembro, o carnaval já começa a
soar pelos cantos da cidade... Os sambas-enredo de várias escolas já foram
escolhidos e os ensaios estão rolando soltos pelas quadras. Sempre é
empolgante esta parte do ano, quando começa a crescer a expectativa pelo
carnaval... Pelo menos para quem gosta de samba. Quem não gosta, é o começo
do suplício que se torna insuportável em fevereiro, quando os sambas passam
em vinhetas o dia inteiro na TV... Mudando de assunto, Michael Jordan já está começando
a dar sinais de que voltou mesmo e que não vai deixar a lenda morrer. No
sábado, dia 20 de outubro, fez 41 pontos saindo do banco na derrota do
Wizards para o Nets. Se isso é um indicativo de que ele ainda é incrível,
também mostra o quanto seu time é fraco e como vai ser difícil para ele
vencer novamente... Mas com fé tudo se resolve. Fé e dinheiro. Com Jordan no
time, qualquer craque que receber uma proposta no mínimo decente vai para
Washington no meio do ano. A temporada começa nesta terça, dia 31, e MJ vai
encarar logo o New York Knicks... Hehehe, boa sorte... Outro tópico para fechar a coluna: Antraz. Que
paranóia, até no escritório do Rio do NY Times? Fala sério, né? Deve ter sido
o pessoal do PSTU sem noção. |
Pessoas,
leiam este texto do João Moreira Salles, que foi postado originalmente no
no.com.br, é coerente, até faz sentido, mas é um absurdo, propor que se
desenvolvesse uma guerra civil aqui no Rio de Janeiro como em Sarajevo. Isso
é coisa de gente rica que pode sair da cidade quando estiver todo mundo
morrendo... Espero que concordem comigo, e não com o João. Dois
Pesadelos por
João Moreira Salles Em
dezembro do ano passado fui convidado para dar um curso em Sarajevo. Na
semana passada voltei de lá. Passei pouco tempo na cidade, três dias apenas,
mas o que vi me fez pensar no Brasil e, especificamente, na minha cidade, o
Rio de Janeiro. Este é um relato na primeira pessoa. Seu único sentido reside
na vontade de transmitir o espanto de um morador de uma cidade violenta
diante da paisagem destruída de uma outra cidade. Não sou especialista em
guerra dos Bálcãs nem em violência do Rio de Janeiro. Mas, dessas duas
violências, testemunhei os efeitos da primeira e vivo diariamente as misérias
da segunda. São processos diferentes, com etiologias distintas, mas, vendo-me
diante de Sarajevo, percebi que, se situações limites encarnam quase todos os
vícios, ao menos guardam uma virtude, a da clareza. Como o nervo está
exposto, não há como nem por que ludibriar, fingir ou manter as aparências. As
coisas são o que são. Há uma integridade nessa transparência, uma incapacidade de mentir, traduzida na sinceridade de uma cidade sem árvores de pé ou prédios intactos, incapaz portanto de esconder que o que houve por lá foi uma guerra, durante a qual a vida foi outra, trágica, cruel, anormal. Sarajevo funciona um pouco como essas destilações literárias que, por conseguirem reduzir determinadas paixões humanas à sua mais pura essência, nos fazem ver melhor as paixões mais modestas que nos cercam. Nenhum político é Ricardo III, ninguém é tão vil quanto Iago, mas conhecer Ricardo III e Iago torna mais fácil compreender a essência da corrupção moral e do ressentimento. Assim também Sarajevo. Nessas últimas décadas, nenhuma cidade foi como ela, mas com ela se aprende muito sobre as diferentes naturezas da violência. Cheguei à tarde, junto com Branca, minha mulher. No mesmo vôo havia um outro documentarista, o israelense Avi Mograbi, autor de filmes extremamente críticos quanto à posição de seu país diante da questão palestina. Tomamos um carro e fomos levados até nosso hotel. O trajeto durou pelo menos vinte minutos, e nos fez atravessar praticamente toda a cidade. Do primeiro prédio que vimos, logo à saída do aeroporto, até o edifício que abrigava o hotel, não passamos em frente a uma única edificação intacta. Simplesmente não existem construções livres de marcas de tiros, rombos de obuses, estilhaços de granadas. Numa boa parte dos edifícios, os andares intermediários, aqueles diretamente na linha descendente dos projéteis – o sexto, o sétimo e o oitavo andar, digamos – estão carbonizados, deixando à mostra, como pobres bocas abertas, os vestígios de residências modestas: uma cama, uma cadeira, o corpo negro de uma geladeira. As pessoas continuam morando acima e abaixo desses andares fantasmas. De suas janelas, quase sempre vêem terrenos convertidos em cemitério: o estádio de futebol, o estacionamento do estádio olímpico, os parques que cercavam a cidade. Quem anda por Sarajevo inevitavelmente passa ao lado de um desses campos de mortos. As datas nas pedras tumulares terminam sempre com os números 92, 93, 94, 95. As datas de nascimento dizem: 68, 72, 74, 81. O cerco à cidade começou no dia 6 de abril de 92, quando um estudante bósnio foi morto por um franco-atirador sérvio durante um protesto contra a República Iugoslava, que se recusava a conceder autonomia à Bósnia-Herzegovina (cuja capital é Sarajevo). Neste dia, teve início a guerra dos Bálcãs. Imaginando Sarajevo como a lagoa Rodrigo de Freitas, em poucos dias o exército da antiga Iugoslávia ocupou com tanques e canhões toda a extensão das duas avenidas que margeiam a Lagoa, a Epitácio Pessoa e a Borges de Medeiros. Não só isso, como posicionou unidades de artilharia em todos os morros que circundam a Lagoa – Dois Irmãos, Pedra da Gávea, Corcovado, maciço da Floresta da Tijuca. Cada unidade de fogo não distava mais de 50 metros da unidade seguinte, formando assim um garrote letal em torno de Sarajevo. Durante quatro anos, até novembro de 95, as linhas sérvias despejaram sua munição na cidade. Como os tiros vinham de todas as direções, casas, apartamentos ou escritórios não tinham lado mais ou menos exposto. Pessoas eram atingidas na sala, nos quartos, na cozinha e nos banheiros, no saguão de entrada dos prédios e nos estacionamentos dos fundos. Apenas um hotel permaneceu aberto durante os anos de guerra, um velho Holliday Inn que hospedou quase toda a imprensa internacional. As diárias dos quartos eram cotadas em função do tamanho das janelas – quanto maiores, menor o preço da diária -, e a habitação mais cara era um pequeno cubículo de paredes cegas. Sarajevo passou os anos de guerra sem luz e sem água, pois os sérvios controlavam os reservatórios de água e as usinas elétricas. Com duas exceções apenas (um bosque em torno do centro de operações da resistência e uma alameda rente às posições dos franco-atiradores sérvios), a cidade não tem mais árvores. Foram todas abatidas para fazer frente aos quatro invernos da guerra. Pergunte a qualquer croata, bósnio ou sérvio como reconhecer de pronto o inimigo e ele dirá: não há como. Os rostos são iguais, as roupas são iguais, o tom da pele é o mesmo. Nesse sentido, o cerco a Sarajevo foi uma guerra civil na acepção mais profunda da palavra – iguais matando iguais. Muitas vezes, o fato de alguém se saber sérvio ou bósnio não definia de imediato o nome do inimigo. Sérvios que há gerações habitavam Sarajevo decidiram permanecer na cidade e participar de sua defesa. O general que comandou a resistência é um cristão ortodoxo de origem sérvia. Ainda mora em Sarajevo e é considerado pela maioria muçulmana como um dos heróis da guerra. Num dos documentários produzidos pelos estudantes, assisti ao depoimento de um jovem soldado sérvio que lutou ao lado das forças iugoslavas. Após receber ordens de seu superior para bombardear determinado prédio durante um dia inteiro, cumpriu a ordem. Passou doze horas alternando disparos de canhão com ligações de celular para o terceiro andar do prédio: queria saber se sua mãe havia sobrevivido. Ela se recusara a sair da cidade e morava ali. É difícil imaginar guerra mais fratricida. Ou mais feroz: como me ensinaram, a boa estratégia bélica prescreve que, toda vez que o objetivo de um cerco é a tomada de uma cidade, deixa-se um flanco aberto para que a população civil possa fugir, facilitando assim a entrada do exército invasor na cidade agora abandonada. Em Sarajevo, não se ofereceu passagem a ninguém. A cidade foi cercada por todos os lados. Em termos estratégicos, há uma única razão para esse procedimento: exterminar a população. Em plena década de 90, a uma hora de vôo de Viena ou noventa minutos de Zurique, uma cidade européia foi sitiada durante quatro anos sem que ninguém pudesse escapar do cerco. Na sua comunicação aos alunos, Avi Mograbi, o documentarista israelense, disse que ali, ao se ver diante de Sarajevo, sentiu pela primeira vez um certo alento por morar em Israel. “Talvez nossa situação não seja tão desesperadora como eu pensava. Nosso ódio não parece tamanho, e nossas cidades ainda estão de pé.” Pensei o contrário. Como Mugrabi, sei que nosso ódio não é tamanho e que nossas cidades continuam de pé, mas num aparente paradoxo é exatamente isso que me fez sentir o tamanho da nossa tragédia. Posso resumi-la numa frase: apesar de tudo, em Sarajevo a guerra terminou. É isso que impressiona e é isso que conta: um processo violento tão concentrado e tão feroz encontrou uma solução de compromisso, não importa se momentânea ou duradoura. Neste momento, não se mata mais em Sarajevo. Branca andou sozinha por toda a cidade, a pé, de manhã, à tarde e principalmente à noite, sem nenhuma sensação de insegurança ou temor. Numa cidade até ontem conflagrada, a presença da polícia e do exército é infinitamente menos ostensiva do que no Rio de Janeiro. Policiais tomam café e conversam nas esquinas sem metralhadora na mão. No ano passado, dez pessoas foram assassinadas na cidade. No Rio, delegacias que cobrem áreas onde o número de habitantes é igual à população de Sarajevo contabilizam esses mesmos dez homicídios em menos de cinco dias. No seu novo livro, Lendo imagens, Alberto Manguel ensina que cada tragédia é seu próprio paradigma. Qualquer instância do mal – o Holocausto, a tortura, o estupro – só é equivalente a si mesma e existe apenas em seus próprios termos. Seria um profundo desrespeito afirmar que um horror específico equivale a qualquer outro. Em outras palavras, não é permitido comparar pesadelos. No máximo, pode-se descrevê-los, identificando os elementos comuns e, sobretudo, os traços dessemelhantes. Fundamentalmente, o que muda entre o horror de Sarajevo e o horror do Rio de janeiro (e por extensão, de todo o Brasil) é a natureza da violência. A deles, tem fundo étnico e religioso, e está impregnada na história da região há pelo menos mil anos. A nossa... a nossa é uma incógnita. Essa é a outra lição de Sarajevo. Quando se sabe o que deseja a violência, existe a possibilidade de um compromisso. Sei que alguns amigos não gostarão do que escrevo aqui, mas depois de Sarajevo passei a lamentar o fato de nossa violência não ter se tornado ideológica, não ter produzido lideranças políticas com agendas definidas. Assim, poderíamos pelo menos traçar estratégias, prever, agir de antemão e não apenas reagir, como fazemos cada vez mais e pior. Eventualmente, se fôssemos hábeis e inteligentes, chegaríamos à conclusão de que talvez fosse útil conversar, sentando à mesa com o adversário. Cheguei de volta ao Rio num domingo e repassei os jornais da semana. No primeiro deles, vi um homem com um estilete na mão ameaçando de morte o próprio filho de dois anos. No seguinte, li sobre uma chacina na Vila da Penha. Adiante, soube de um passageiro de ônibus atingido por uma bala. Mais além, li sobre uma menina de dezesseis anos arrancada de casa por um grupo de seqüestradores. Soube de escolas que fraudavam os boletins dos próprios alunos para melhorar seus respectivos rankings. Aprendi como Ricardo Teixeira faz suas contas. Creio que não há muita diferença entre esses fatos, já que na origem de todos eles está a degradação moral do país. Mas se a origem é uma, o propósito de cada uma dessas ações é irredutível às demais transgressões. São ações autônomas que não conversam entre si, violências solitárias, fechadas em si mesmas. Isso nos faz muito diferentes de Israel, da Bósnia ou da Irlanda. Sofremos uma fratura, mas ao contrário de Sarajevo não sabemos de nenhum procedimento canônico indicado para restabelecer nossa integridade. Lá, os objetivos podem até ser inalcançáveis, mas têm nome próprio, identidade e CPF: a construção de um país autônomo, uma terra sua, sem o outro. Quando um palestino entra numa pizzaria e explode uma bomba, pode estar agindo insanamente, mas, como diria Polonius, há método em sua demência. Ele sabe por que faz. E aqui? O que quer a violência? Desconfio que essa inconsciência seja parte do nosso drama. Outro dia, pela primeira vez, sofri uma tentativa de assalto num sinal de trânsito. Eram dois meninos. O mais velho não tinha mais de treze anos, o mais novo, no máximo onze. Bateram no vidro do carro mas não abri. Ensaiaram com as mãos embaixo da camiseta a presença de uma arma, que evidentemente não tinham. Quando perceberam que o sinal abriria, espetaram o dedo no vidro, rente a meu rosto, e disseram que estavam de olho em mim. Nas suas expressões, era difícil saber o que mais queriam: assaltar-me ou me machucar. O assalto não dizia respeito apenas a dinheiro, mas a outra coisa pior, ainda sem nome, na qual se misturava desespero, vilania e ressentimento. Existem muitas explicações para a violência daqui, a nossa, mas nenhuma me convence inteiramente. É evidente que a feroz desigualdade social do Brasil é uma das razões, mas o abismo entre ricos e pobres não pode explicar, por si só, seja a intensidade, seja a patologia dos nossos crimes. Países como a Índia, nos quais a renda é distribuída de forma ainda mais injusta, não convivem com níveis cotidianos de violência sequer parecidos com os nossos. Vizinha à razão social, há a explicação “ontológica”, que parte do princípio de que a opção pelo crime é uma afirmação de existência. O menino que escolhe pegar em armas experimentaria, pela primeira vez na vida, a sensação de ser visto, percebido, o que não ocorreria se decidisse entregar remédios para uma farmácia ou pedir esmola no sinal. O fato de o bem não conferir existência a quem o pratica é um dos sintomas mais tristes do nosso drama social. No documentário Notícias de uma guerra particular, que dirigi com Kátia Lund, um menino afirma que o dia mais feliz de sua vida foi quando o chefe do morro lhe deu uma pistola: “Me senti o dono do mundo”. Trata-se da afirmação ontológica pelo mal – o crime conferindo existência a quem até então era invisível e inexistente. (Algo semelhante ocorre com as favelas, de cuja existência só nos damos conta quando nos chega uma bala perdida.) O jovem transgressor não só passa a existir pela sua transgressão, como também a pertencer: a um bando, a uma quadrilha, a uma facção. Torna-se parte de algo. Deixa de ser órfão. Essas duas razões são ingredientes importantes do nosso drama, mas ainda assim não esgotam o fenômeno. Regiões brasileiras ainda mais pobres e mais relegadas ao limbo ontológico não são tão violentas quanto o Rio e São Paulo. Nem mesmo a violência de Bogotá ou de Medellín pode servir de modelo para o caso brasileiro. Lá, o crime é organizado segundo os interesses estratégicos do grande narcotráfico, o que evidentemente não é o caso das guerras de traficantes do Rio, que opõem, nas favelas, o maltrapilho contra o indigente. A natureza lúmpen do nosso crime é, aliás, o que explica o fato dele jamais ter conseguido se organizar em torno de objetivos e programas. Por todas essas razões, suspeito que o Brasil esteja diante de um fenômeno novo, ainda em busca de explicação. Compreende-se a violência de Sarajevo, de Israel, da Colômbia. A violência brasileira, cuja manifestação exemplar ocorre nas ruas do Rio, permanece uma incógnita. Não acredito que aja um aparato teórico adequado para entender o fenômeno. Desconfio que nossa violência tem algo de essencialmente moderno, no sentido de ser uma violência individual, descentralizada, sem utopias. Arrisco dizer que sua gênese vem dos anos 80, e sua maioridade, dos anos 90. Não se pode imputar a responsabilidade do fenômeno a nenhum governo específico, visto que atravessa diversos mandatos. No caso específico do atual governo, julgo difícil negar as contribuições positivas que fez ao país: estabilizou a moeda, indicou homens notáveis para ministérios-chave – saúde, educação, economia -, teve um presidente que governou para o país e não para si mesmo. Falhou, porém, num aspecto essencial (aliás, falhamos todos nós, pois a tarefa também era nossa, da sociedade civil): não deu ao Brasil um sonho, uma utopia, um desejo de ser alguma coisa. É tristemente compreensível, pois na década da hegemonia do mercado a dimensão não mensurável dos sonhos perdeu sua importância. Curiosamente, nesses anos de prevalência da lógica liberal, as políticas de desenvolvimento foram conduzidas segundo princípios de um marxismo vulgar, segundo o qual as forças econômicas são hegemônicas, e todo o resto – os sonhos, os desejos – é apenas epifenômeno. O que se vê nas favelas do Rio não é tanto a miséria material, mas a miséria de projetos, de desejos, de futuros sonhados. Nisso, Sarajevo é o nosso avesso. Vi no rosto dos meus alunos a vontade de construir um país. Assim como o mercado é rico na produção de bens e pobre na produção de padrões éticos, assim como é incapaz de oferecer soluções solidárias que consigam tomar de assalto a imaginação de um país, assim como não se pode escapar do fato de que todo impulso de mercado é sempre individual – cada um sonha só, mesmo que os sonhos sejam iguais -, também a violência, quem sabe impregnada dessa descentralização da utopia, pulverizou-se e tornou-se anárquica, reinventando-se como violência invertebrada, sem centro, molecular. Ela não protesta, não propõe nada além do ganho imediato, tão vazia de conteúdo social quanto o ato isolado de um agente econômico militando em causa própria. Como ela não tem objetivos, não tem hora para parar. Ao contrário de Sarajevo, a nossa violência não tem por que ter fim. No final do curso, projetei Notícias de uma guerra particular para os dezoito alunos de Sarajevo. Uma menina de dezoito anos que passara grande parte dos quatro anos de guerra no porão de sua casa, sem luz e sem água, me disse: “Pela primeira vez na vida dou graças a Deus por ter nascido aqui”. Tenho certeza de que ela não me diria isso durante os anos de guerra, quando vizinho atirava em vizinho, e parente em parente, mas entendo que me diga isso hoje. De abril de 92 a novembro de 95, em pouco menos de quatro anos de guerra, morreram 11.600 pessoas na cidade de Sarajevo. Nesse mesmo espaço de tempo, são assassinadas no Rio de Janeiro 13 mil pessoas.
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