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O Bonequinho é Bêbado!

Estes são os critérios de classificação:

Bonequinho em coma alcóolico - Tão bom que o bonequinho bebeu várias em homenagem ao brilhantismo do filme, ou da banda, etc, e acabou no hospital

Bonequinho vomitando - Muito bom, o bonequinho bebeu muitas, de tão feliz que tava, mas acabou só vomitando

Bonequinho assanhado - Legal, bom, e o bonequinho bebeu algumas também, começou a pegar em partes dos outros que não devia...

Bonequinho alegre - O bonequinho achou bem fraco, mas achou que merecia pelo menos alguns goles

Bonequinho sóbrio - Tão ruim que o bonequinho ficou sem vontade de beber.








Bom, após uma seção muito legal feita pela Isabelle Lindote, nossa milésima visitante, estamos de volta ao jugo daquele bêbado maluco, aquele bonequinho safado... Vocês acreditam que eu encontrei ele outro dia num boteco ali na Rua Afrânio de Melo Franco já todo doidinho... às 3 da tarde! Ele ainda me disse que tava "meio atrasado nas resenhas", mas que ia me entregá-las ainda naquela noite. Não preciso nem dizer que tavam cheias de garranchos e totalmente criptografadas, né... Precisamos forçá-lo a dois dias sem bebida para que ele pudesse nos explicar o que estava escrito naqueles textos. O resultado é o que segue...

 

Filme da semana

 

Gostosa Loucura - Um filme que tinha tudo para ser um clichê e que na verdade... é mais ou menos isso sim. Hehehe... Ok, deixem-me explicar: garota rica mas baderneira se apaixona por garoto pobre promissor e pais de ambos são contra o relacionamento. CLICHê. Garoto acaba com a garota no final e os pais afinal abençoam a relação. CLICHê. Mas há uns toques interessantes, como a razão de o pai da moça ser contra o relacionamento: não é porque ele é contra a relação intra-classe sociais, visto que o homem é inclusive deputado ligado à comunidade hispânica, mas por não querer ver um rapaz promissor estragado pela filha. O garoto pobre também não é nem um pouco inocente ou ingênuo, como poderia ser caracterizado. O grande mérito do filme é com certeza a atuação dos dois astros da história, Kirsten Dunst e Jay Hernandez, que convencem e não permitem que o filme caia no tédio que poderia ser. E se é um filme de fim comum e bonitinho, totalmente previsível, ainda assim é bom para ver quando não se tem nada a fazer. Se eu estivesse mais feliz no dia em que eu vi, eu provavelmente iria chutar o fato do filme terminar bonitinho, mas como eu estava num tédio só, cansado e a fim de ver um filme relaxante, o fim até me emocionou, hihihihhi... Tem horas e horas para se ver um filme. Este eu recomendo para uma falta do que fazer, ou se você gosta muito de romances adolescentes. Aí você vai aproveitar. Mas no seu todo, é um filme bom mesmo. Bonequinho assanhado

 

Banda da semana

 

Supernova - O Supernova é uma das novas bandas cariocas  que estão despontando no underground, já tendo feito shows no Kachanga, Casarão Amarelo, Casa da Zorra e todos os pontos obrigatórios do circuito alternativo do Rio de Janeiro. O EP da banda, lançado recentemente, chama-se Suprasumo e mostra um pouco de cada coisa que a banda é capaz de fazer, mesmo que mal-gravado (a banda promete um novo EP para o fim do ano/início de 2002, que esperamos estar em melhores condições). Embora se vendam como "a banda mais britânica do Rio", o Supernova não se resume a faixas britpop, fazendo músicas que são rock autêntico, como "Do Lorena ao 40", ou rock estilo anos 60, representado na "Uma Entre Cem". "Ego" é a faixa que não funciona muito bem, com os metais simulados no teclado soando estranhos e desnecessários. A versão de "Drive My Car", dos Beatles, é ótima, mais suja, e a bela "E Amanhã Talvez", a mais britpop entre as cinco, é sem dúvida o destaque (obs: Classifico esta como música de estádio, ou seja, músicas que funcionariam bem em estádios, com grandes platéias. Eu adoro músicas de estádio). O Supernova ainda tem muito a melhorar, como quase todas as bandas novas do Rio, mas já está bem e merece a boa reputação que tem. É de bandas como esta, Onno, Netunos e Los Hermanos que estamos precisando: bandas que façam melodias, canções. Bonequinho assanhado

 

Show da semana

 

Los Hermanos: Bloco do Eu Sozinho - Eu estava esperando por este show há quase um ano. Os Los Hermanos não pisavam em palcos cariocas havia apenas alguns meses, tendo feito shows no Rock In Rio e em alguns Sesc da cidade, mas o último show oficial da turnê do primeiro disco foi no final do ano passado, no Ballroom. Desde então, o baixista da banda, Patrick Laplan, foi mandado embora e a banda lançou seu segundo álbum, Bloco do Eu Sozinho, que estava lançando neste show que aconteceu no dia 9 de outubro, no Canecão.

E eles não decepcionaram. Voltaram agora como uma banda grande, com um cenário especial, com iluminação especial, com cada um em seu canto mas com alguma coisa em comum e, err, em especial. O Ruivo com guitarra e bandolim e até baixo, o Bruno com um moog, porém mais escondido que o normal, o Marcelo com violão em uma música e com a voz mais limpa e o Barba com uma técnica na bateria apuradíssima, roubando um pouco o show dos outros. Se não pulavam e corriam ou berravam tanto quanto em outros tempos, os Hermanos aumentaram a carga emocional de seu show e conquistou todos os presentes naquela noite. Tocaram todas as músicas do elogiadíssimo novo álbum e ainda arranjaram espaço para quase todas as músicas do primeiro CD, inclusive as óbvias e sempre bem-vindas Anna Julia e Primavera, que catapultaram a banda. Ficou claro para mim que, por mais que o Patrick fosse meu baixista favorito e o cara mais agitado e maneiro da banda, ele não cabia entre estes novos Hermanos. Ainda adoro os velhos, mas os novos são muito bons também e não vou perder nenhum show deles por aqui. Bonequinho em coma alcóolico

 

Clubinho da semana

 

Europa Carnavalesca - E acabou-se o que era doce... Um dos fã-clubes/fanzines mais legais que já existiram acabou nesta última quinta-feira, dia 24 de outubro. Sentem-se, relaxem e leiam, pois vou contar a breve história do Europa Carnavalesca do meu ponto de vista único, o de irmão do criador dele, Eduardo Caldas.

Tudo começou quando nós, fãs incondicionais de Los Hermanos, começamos a receber informes através de amigos em comum com a banda de que o novo álbum deixaria de lado todo o hardcore que nos conquistou para seguir uma linha mais Brasov por um lado, mais samba por outro. Somado ao fato de que o baixista Patrick Laplan, nosso ídolo no baixo, sendo ambos baixistas, estava sendo demitido da banda, isto nos deixou bastante enfurecidos e apreensivos. O que seria dos Hermanos? O que havia com eles, enlouqueceram? Dudu (apelido do meu irmão) criou então a expressão Europa Carnavalesca para designar o que seria o novo som da banda. Meio revoltado com o que se passava, ele, membro da lista de discussão deles, começou a mandar e-mails zombando, dizendo-se líder do fã-clube Europa Carnavalesca, já de sacanagem com o novo CD. Quando começaram a perguntar sobre o EC, pedir para parar, ele resolveu levar além e transformar aquilo numa realidade. E foi assim que nasceu o fanzine/clube...

A proposta era dar algumas notícias, fazer poeminhas sobre a banda e escrever histórias fictícias envolvendo os membros em aventuras. Tudo mexendo com as coisas únicas da história dos Hermanos que só nós fãs de carteirinha sabemos e prestamos atenção para. A primeira edição foi mandada para apenas uns quatro membros no máximo, mas foi sucesso imediato. Eu achava demais, divulgava no mIRC, ajudava quando meu irmão pedia a minha opinião. Mas o EC começou a crescer e logo caiu nas mãos dos próprios membros da banda. O primeiro a se manifestar sobre o clubinho foi o Marcelo Camelo, que achou legal. A consolidação do sucesso foi quando Bruno Medina, talvez o mais quieto Hermano e estrela maior de quase todas as aventuras do zine, se manifestou na lista elogiando muito o Europa Carnavalesca e seu autor. Pronto, milhares de fãs imploraram para receber o clubinho. Ali, porém, a diversão acabou para mim. Dudu continuou escrevendo histórias brilhantes, de nonsense total, mas o que era para mim uma zombaria, um protesto, havia sido englobado pela mídia (neste caso, a mídia hermanesca), assim como outros grandes movimentos de protesto, como o surrealismo, o punk, o grunge e a boiolice.

E foi talvez por isso, pela perda de propósito, principalmente após o lançamento do novo CD, que provou ser muito bom, contrariando nossas especulações, que o Europa tenha chegado ao fim, depois de ser citado até em shows da banda. A última edição foi mais uma mostra de como o Eduardo é inteligente à beça e escreve bem pra caramba. Com certeza, todos os fãs do Europa e dos Hermanos vão sentir a falta deste clubinho, mas sabem que ele cumpriu seu propósito, o de fazer a vida de todo fã hardcore de Los Hermanos um pouco mais divertida e totalmente zoada.

 

Por isso eu digo: O Europa Carnavalesca está morto. Longa Vida ao Europa Carnavalesca!

Nota: Bonequinho em coma alcóolico