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(Notem que eu não estou atacando a música de nenhum
deles, mas sim a falta de opção para os que não gostam deles.) Alguns artistas, como Alanis Morissete e The
Rosenbergs (este é um grupo independente americano, que já foi inclusive
apoiado pelo Napster), já se manifestaram contra e foram ao Senado americano
prestar depoimento. Veremos no que vai dar, já que o histórico das causas dos
artistas versus corporações não é muito favorável, vide o fiasco Pearl Jam
versus TicketMaster e ainda o processo do Napster.
Consegui passar por cima sobre o meu ceticismo gigantesco quanto a nova encarnação da "Maldita" e agora estou torcendo para crescer de novo. E vamos lá... (Adriano) |
Nota de última hora: O
lamentável ataque terrorista aos Estados Unidos, ocorrido nesta terça-feira,
dia 11 de setembro, pegou-nos de surpresa, na véspera do data marcada para o
lançamento desta edição d'O Abismo. Às pressas, resolvemos incluir uma
pequena análise sobre o incidente, pois achamos que não poderíamos ignorar
uma coisa de tamanhas proporções. Nós
freqüentemente manifestamo-nos, talvez não aqui no zine, mas entre amigos e
em outros meios, contra o domínio norte-americano sobre nossa economia e
cultura, às vezes parecendo até extremistas, falando em tomada do país e tudo
o mais, mas sempre desejamos que acontecesse tudo de forma pacífica, pelos
meios certos. Ninguém aqui, pelo menos em nosso círculo de amigos, jamais
desejou que os americanos tivessem que sofrer perdas de vidas ou danos à
propriedade tamanhos. A queda das torres gêmeas do World Trade Center é
também a queda de um mito, de um dos pilares da economia e arquitetura
americanas e, por que não, mundiais. As cenas do segundo avião acertando a
torre sul estarão para sempre em nossas mentes, assim como o desabamento dos
dois prédios, tão aterrorizante foi. A imagem do Pentágono às ruínas, logo o
posto forte do pensamento estratégico norte-americano, também foi muito
impactante. Fora isso tudo, ainda há muito a se analisar e descobrir quanto
ao ataque e as mortes, coisas que nos atingirão ainda mais durante a semana e
o resto do ano. Deixamos aqui nossos pêsames aos Estados Unidos da América. A
nota mais triste, porém, parece ser que George W. Bush não aprendeu nada com
o evento. As palavras do presidente americano durante todo o dia e em seu
pronunciamento à nação à noite demonstravam aquele mesmo orgulho e a mesma
arrogância características do país. Em um momento em que os Estados Unidos
estão caídos sobre os joelhos, em que fica provado que são tão vulneráveis a
ataques quanto os outros, em que o mundo mostra que existe também, Bush
consegue ignorar tudo e dizer que "isto é um teste que o mundo está
passando a América e nós vamos mostrar pra eles quem somos, ninguém mexe
conosco, a gente vai devolver em proporções bem maiores", mostrando sua
completa ignorância e incapabilidade de ser o comandante de uma nação. Em
nenhum momento ele sequer especulou reconhecer que sua política de assuntos
estrangeiros poderia ter provocado o ataque e sequer cogitou uma mudança de
rumo nesta frente, apenas seguiu dizendo todas as atrocidades que sempre diz.
É uma pena, pois pensávamos que uma tragédia como esta poderia trazer
mudanças nas relações internacionais e maior paz entre os países, uma volta
ao período da primeira administração de Clinton, quando o movimento pela paz
era forte. Já deu para notar, entretanto, que este ataque pode ter sido mesmo
Pearl Harbor 2 e mais destruição e estupidez virão daqui para frente. Resta-nos
apenas torcer pelo dia de amanhã. Que Bush e seu secretário de defesa, Colin
Powell, pensem cuidadosamente em suas ações e façam o que têm de fazer da
maneira mais inteligente e razoável possível. E que o mundo não caia nas
nossas cabeças como o World Trade Center caiu no chão de Manhattan. (Adriano) Retirado do blog Cinco Minutos, do Pedro Souza: Uma
notícia inacreditável na FolhaOnline me chamou a atenção - "Letras de música poderão ser obrigatórias em
discos". Que diabos. Não há uma
única razão lógica que suporte tal lei. Isso é uma espécie de cerceamento
artístico. Alguns discos têm conceitos básicos, e pôr as letras no encarte ou
não é decisão do artista (ou, vá lá, decisão para minimizar os custos, em
casos mais extremos). Vejam
só. O New Order, ao longo da década de 80, pregava silenciosamente
contra a o culto à personalidade, não pondo nenhuma informação sobre a banda
ou as músicas no encarte. Era uma opção estética, que fica evidente no
primeiro disco da banda, "Movement" - a capa minimalista e
inorgânica, desenhada por Peter Saville, parecendo apenas um poster. Na
contra-capa, a lista das músicas, os créditos para o produtor (Martin
Hannett), engenheiro de som (Chris Nagle), assistentes (John e Flood) e só. Opção
estética da banda, que depois viria apenas a por "Music by New
Order" em seus discos. Foi exatamente essa característica que ajudou a
criar a estética da banda e a fomentar a curiosidade alheia a respeito de
quem estava por trás daquilo, dando um ar razoavelmente misterioso à coisa. Em
outras ocasiões, outros artistas omitem as letras para demonstrar o foco na
música, e não nas palavras, ou simplesmente para confundir os ouvintes. É uma
opção estética, um artifício que o artista tem para trabalhar o conceito da
obra. A decisão sobre a inclusão das letras não pode ser tomada por decretos
políticos. É algo semelhante a promulgar uma lei que afirmasse que todos os
discos deveriam ter capas brancas, ou uma duração de exatamente setenta
minutos. |