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Conversa Fiada
Episódio 2

Outrora já foi dito nesse mesmo zine que, “Star Wars - Episódio 2 rulará mundos”. Para os desavisados, quem disse isso foi o Adriano na lista de expectativas para 2002. Bom, eu quem não podia ter dito isso, afinal, confesso estar na minha fase “Lord of the Rings”.
     Falando na história do tolkien, a produção está concorrendo em 13 categorias do Oscar. Não foi dessa vez que quebraram o recorde de indicações daquele já considerado o maior barco do mundo.
Mas deixemos esse papo de Oscar para a próxima edição. Está passando na FOX o novo trailer de Episódio 2. Provavelmente já deve estar disponível na internet. Babem! Yoda totalmente CGI andando para lá e para cá, e pelo que eu andei lendo o mestre Jedi ainda manuseará um sabre de luz. Princesa Amidala arregaçando as mangas e quebrando o pau. Será que ainda sobra tempo para abrir as pernas para o jovem Anakin??? E ainda, uma arena  com vários sabres reluzindo!
Pelo que vi, e entendi, parece que George Lucas tomou jeito e mostrou que ainda tem punho firme na direção. Mas limito meus comentários, afinal, é só um trailer e muitas vezes o trailer cria expectativas que o filme não consegue arcar, tornando-se assim, uma grande decepção. Não quero cutucar ninguém, mas Episódio 1 foi mais ou menos nessa linha. (André)

Nosso próprio exemplo

Nesta terça-feira, o jornal O Globo publicou uma matéria sobre um projeto do inglês Simon Clifford de ensinar o futebol de salão aos jovens ingleses e assim tentar inserir mais habilidade no estilo britânico de se jogar bola. O futsal já está sendo parte dos treinamentos dos juvenis do Newcastle, Everton e Derby County e também praticado em algumas escolas, já chamando a atenção inclusive do principal jogador inglês do momento e um dos melhores do mundo, Michael Owen, que ficou impressionado com os garotos de Clifford. No final, o mentor do projeto diz que ficará grato se daqui a 20 anos o futebol inglês tiver mais dribles e menos chutões.

O mais curioso é que Clifford teve a idéia inspirado no futsal brasileiro, que ganhou vários títulos internacionais nos últimos anos, e inclusive nomeou suas escolinhas de Academias de Futebol Brasileiro. Enquanto isso, nosso futebol tem cada vez menos dribles e mais chutões. O técnico da seleção convocou também na terça os jogadores do exterior e incluiu quatro trombadores: Emerson, Lúcio, Edmílson e Roque Júnior. Sua lista definitiva ainda deve incluir vários jogadores incapazes de fazer algo criativo com a bola. O jogador mais comentado da nação, apoiado por um lobby tão grande que é capaz de eclipsar uma vitória importante de seu time sobre um grande rival, é hoje incapaz de driblar em velocidade, tendo feito vários gols mais por incapacidade das defesas adversárias e ótimos passes de seus companheiros do que mérito pessoal (sim, eu estou falando do Romário).

Por que o Brasil não consegue aprender com o próprio exemplo e outros podem aprender de nós? Nós sempre estivemos bem acima dos outros, mas desde 82 que os técnicos começaram com essa baboseira de "modernizar o futebol", mais para "europasteurizar o futebol", que o Brasil vem perdendo espaço. Os principais jogadores do mundo continuam sendo os habilidosos, não adianta colocar dez Dungas em campo que um Ronaldinho ainda vai conseguir passar por eles e vencer os jogos. Vejamos os principais jogadores do mundo atualmente: Figo, Zidane, Michael Owen e Rivaldo. São todos jogadores que driblam, passam a bola e marcam gols, além, é claro, de se preocupar com a marcação, mas com ginga para isso. Os estrangeiros tentam copiar nosso futebol, sempre tentaram, e os nossos "catedráticos" que são burros e acham que temos que copiar os outros.

Talvez esteja na hora de tentar ensinar aos nossos jogadores mirins e juvenis o futsal, pra ver se eles redescobrem aquele futebol de habilidade que nos é característico. Aliás, redescobrem não, porque ainda há jogadores assim: Ronaldo, Denílson, Ronaldinho Gaúcho, Juninho, Roger, Felipe, Pedrinho, Rodrigo, Athirson, Edílson, Sávio... A lista é imensa. Nossos dirigentes e treinadores é que precisam parar pra vê-los. (Adriano)

Uma polêmica brilhante

     Bom, uma coisa é certa. Seja o que for que eu escreva aqui vai gerar polêmica. O filme por si só é polêmico. Russel Crowe, nem se fala, agride produtor da BBC, separa casais, é a polêmica em pessoa. John Nash Jr. é outra polêmica. Enfim até as indicações ao Oscar e prêmios que a produção recebeu geraram polêmica.
     É fiel à biografia do matemático John Nash Jr.? Para falar a verdade, não sei! Nunca li nada sobre o cara, nem sabia que foi ganhador do Nobel. Por acaso alguém sabe qual foi o ganhador desse ano? Eu não sei. Confesso também que nem tinha conhecimento de sua tão famosa teoria econômica. Levante a mão quem conhece.
     Alguns críticos andaram reclamando que o filme não mostra o longo período de separação entre Nash Jr. e sua esposa. Ouvi dizer que na vida real ela ficou mais de vinte anos separada dele. Se a informação estiver errada, me corrijam. Agora me expliquem uma coisa: onde no Livro de Regras de Hollywood, se é que ele existe, está escrito que é incondicional que um roteiro cinematográfico seja fiel a dados temporais reais. Se assim fosse, acredito que a singularidade da metáfora iria para o espaço.
     Falando em informação omitida, outros críticos também da lista de reclamação chiaram porque o diretor Ron Howard não mostrou explicitamente o lado homossexual do personagem principal. Pelo que consta, omitir informações a respeito da sexualidade alheia não é dito como proibido no Livro das Regras de Hollywood, se é que ele existe.
     O fato é que nossa sociedade, a tão considerada pós-moderna, é, desculpe o termo, entupida de preconceito. E se no filme aparecessem cenas que demonstrassem o homossexualismo de Nash Jr., a crítica também “cairia de pau” (espero que a expressão não crie polêmica). Em seguida, a mídia criaria rótulos para o problemático Nash Jr. e sua imagem iria por água abaixo.
     Coitado do matemático, não por ser gay ou deixar de ser, mas por ser portador de uma doença um tanto malvista pela sociedade: a esquizofrenia. E acho que era esse o ponto que Ron Howard quis explicitar: um esquizofrênico que conseguiu vencer na vida. E foi isso que John Nash Jr. conseguiu, vencer na vida. Ele lidou com a doença, colocou seus amigos imaginários de lado, reforçou seus laços com a esposa e o filho e ainda ganhou o prêmio Nobel. (André)