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Conversa Fiada

Já são mais de três meses de greve. Os jornais estão noticiando cada movimento do ministro Paulo Renato, os funcionários das universidades públicas já voltaram a trabalhar, o vestibular da UFRJ deu confusão e os professores ainda estão parados. Chegaram MUITO perto de um acordo, mas como o dinheiro não foi liberado, voltaram à estaca zero. O ministro veio com um plano de deslocar R$ 150 milhões para, somado com R$ 100 milhões vindos do Congresso, acabar com a greve, mas por enquanto não funcionou. Se o acordo não acontecer nesta semana de 18 a 24 de novembro, o cancelamento do período deve ser finalmente decretado na grande maioria das universidades federais.

Ok, agora ao que interessa, que é uma perspectiva de alguém que está no meio disso tudo: eu quero o cancelamento. Para mim, não há razões para voltar à sala de aula neste momento do ano. Já perdemos três meses, tentar tapar o buraco correndo não vai adiantar de nada, só vai prejudicar a formação dos alunos. Já me conformei com a perda de um semestre inteiro, agora é levantar a cabeça e voltar com tudo ano que vem.

Mas há outros alunos que passam por situação mais delicada. Quem está no último período está vendo que vai demorar ainda mais para se formar, já tendo sido prejudicado por tantas greves nos últimos anos. Voltar agora seria ideal para eles, pois ainda haveria tempo de entregar as monografias e conseguir o diploma ainda esta ano. Cancelar o período significa para eles ficar presos à faculdade por mais seis meses.

Outro problema: os calouros. Não haverá espaço para acomodar duas turmas de calouros juntas. Sim, pois os calouros deste período não tiveram aulas.

Terceiro problema: a solução proposta pelo ministro da educação exige que as aulas voltem agora. Se houver cancelamento, o ministério pode voltar atrás e a luta dos professores pode se arrastar até o ano que vem, atrasando-nos ainda mais.

Quais são as alternativas então? Cancelar para uns, voltar para outros? Ser fortes e ignorar o calor, a falta de tempo, não comemorar as datas importantes do final de ano para estudar? Considerar todos aprovados mesmo sem ter tido aulas?

Já que o vestibular foi adiado, os aprovados deveriam só ingressar no segundo semestre, dando tempo assim para as turmas de calouros deste ano concluírem seu primeiro período. Para os alunos no último período, poderia ser aberta uma exceção e não cancelar o seu período, permitindo que se formem ainda este ano.

Ainda há muito o que se discutir durante e após esta greve. A reformulação do ensino superior público no país é urgente, e sem ela não podemos voltar às aulas achando que tudo vai ficar bem. Se logo no primeiro semestre de 2002 as diferenças não forem sentidas, podem crer que esta greve, enorme como foi, não será suficiente para impedir que se faça uma nova paralisação no segundo semestre. E é extremamente importante que nós, estudantes, estejamos atentos para isto ano que vem. (Adriano)

 

Brava gente

 

     Terça-feira última, assisti no “Brava Gente”, programa da Globo, uma história que bem caracterizaria a realidade brasileira. Antes uma prévia. O programa, para aqueles que estiveram os últimos anos perdidos no espaço, é semanal e passa antes do Jornal da Globo, no finalzinho do horário nobre, toda semana com uma história diferente.

     Essa semana, a história foi sobre uma cidade do interior, chamada se não me engano Curralzinha. Meio escrachado, mas o prefeito era o Tom Cavalcante mesmo, então tá beleza.

     Confesso que peguei a história pela metade, mas acredito que tenha assistido a parte mais importante. Quando liguei no programa, estava ocorrendo a votação para prefeito na cidade. Haviam dois candidatos, um corrupto(ator que sempre faz papel de vilão no filme dos trapalhões) que disputava reeleição e o Tom Cavalcante que fazia o papel do “mocinho”.

     Sim, existia um mocinho, e se chamava Lulu (qualquer relação com o candidato do PT, Luís Inácio Lula da Silva, pode ser levada em consideração). Eu mesmo levantei essa hipótese quando escutei o nome da personagem.  Coitado do Tom Cavalcante, um artista tão talentoso sendo desperdiçado de bobeira. A atuação dele estava um lixo. Eram só caras e caretas, a mesmice da maioria de seus personagens.

     Na votação o corrupto tentou de várias maneiras trapacear< evidente crítica a políticos de nosso país>. Po outro lado, Lulu jogou limpo e acabou conseguindo vencer as eleições. Como mau perdedor, o ex-prefeito roubou tudo que podia da prefeitura, desde telefones a lâmpadas<mais um clichê da vida real>.

     Quando Lulu assumiu o cargo, seu primeiro ato foi fazer uma “faxina” na lista dos empregados públicos. O número de empregados da lista era bem maior que a própria população da cidade. Para consertar a corruptela, ele literalmente fez, em praça pública, uma chamada escolar para descobrir os ausentes.

     No meio da chamada apareceu uma woman in red, que usando seus dotes acabou levando Lulu para a cama. Através do Sexo, a mulher passa a conseguir tudo o que quer. No final, descobre-se que ela trabalhava para o corrupto ex-prefeito.

     Acaba que ela dança e as coisas voltam a o normal. Não por muito tempo, quando o corrupto aparece com um segredo de Lulu. Segundo o vilão, Lulu é doido e mentalmente perigoso. Ele revela também que Lulu já fora internado num hospício. E assim acaba a história, com o mal vencendo o bem.

 

Peraí, tem coisa errada! O bem que vence o mal no final.

Ah tá...isso nos contos de fada. Aqui é vida real, se liga!

Claro que não, ainda mais num programa de TV, onde milhares estão assistindo...Por que você acha que o mal deve vencer?

Porque é vida real, crua e cruel. É o Brasil em que vivemos. Num tem mais jeito. Jogaram as toalhas...Já era, o último que sair apaga a luz...

Não cara, colocar isso na TV, dessa forma, é apoiar o errado e mostrar que o caminho da corrupção é o que funciona. Deveríamos mostrar o mal perdendo e o mocinho sendo vitorioso. Criando, ídolos para o povo se espelhar. Porque esse é o certo, o justo. Mostrar que nosso Brasil ainda tem jeito. Se está tudo destruído, vamos construir de novo. (André)

 

O novo reality show do SBT

 

     Parece que a bruxaria da Globo está funcionando mesmo...Tudo começou quando o SBT quis comprar os direitos do programa europeu, Big Brother. Sílvio foi, num foi e acabou não fazendo o acordo nem comprando os direitos. Tá beleza. Tempos depois, a Globo comprou os direitos do reality show, para poder criar algo parecido em terras brasileiras.

     Foi então que o SBT, que já vinha com produção em andamento às escondidas da Imprensa, lança no ar o “A Casa dos Artistas”. A mesma cosa que os “Na real” da vida, só que com famosos e não pessoas desconhecidas. Foi aí que a emissora do Sílvio errou feio: Alexandre Frota, Supla, Patrícia Coelho e por aí vai...(Caraca) Totalmente sem noção, o programa parece mais um quadro do “Piores Clipes” do Marcos Mion, que graças aos céus, está de saída da MTV.

     Só a presença de Alexandre Frota no elenco, já torna o programa um lixo. Fala sério! Aposto que ele só está fazendo parte do elenco por ter posado nu, numa revista gay. E o pior é que parece que ele está toda hora se mostrando, totalmente desnecessário...

     Outra coisa, é o excesso de baixaria. Uma grande briga de egos pela popularidade. Assisti uma vez, nessa quinta última. No episódio, Alexandre Frota soltava faíscas com a Patrícia Coelho, a ex-Marcos Mion. Chegou um ponto, que eu já estava vendo ele espancando a cara dela.

     Mais uma vez, Sílvio Santos vai ao exterior em busca de novas atrações para sua emissora. Deveria ter feito como faz com as novelas, e comprar um reality show já pronto, made in México. Seria muito mais interessante, Maria Mercedes e Maria do Bairro juntas<detalhe são a mesma atriz>, chorando e quebrando o pau, do que o queridinho da prefeita e um ator em decadência. (André)